Violência, caráter-humanidade, por Luana Kaminker Bluvol



Desde sempre o ser humano apresentou alguns comportamentos violentos semelhantes aos de animais selvagens, mas com o tempo, e à medida que a vida coletiva foi se desenvolvendo, instrumentos e formas de organização foram sendo criadas com intenções de abranger os meios possíveis para tais atos, tornando-os cada vez mais frequentes e normalizados dentro da sociedade e ao longo dos anos.

Um filósofo chamado “Hermano José Falcone de Almeida” escreveu um longo ensaio filosófico de 228 páginas, onde retrata que a agressividade se difere da violência, que ambas são distintas, porem estão de alguma forma relacionadas, andando juntas, uma acarretando a outra. Por um lado, podemos dizer que a agressividade é uma função biológica não exclusiva dos seres humanos, mas pode estar presente em qualquer ser vivo que possua instintos primitivos (a busca por alimento, reprodução, a luta contra o ataque de predadores e a defesa do território, esses são alguns exemplos de estratégias para sobrevivência), dessa forma qualquer ser vivo que possua estes instintos acaba tornando-se vulnerável a agressividade. Essa condição pode ser descrita como uma função biológica, dependente de genes, neurotransmissores, da estrutura do cérebro e de recursos alimentares, a agressividade acabaria de tornando uma série de instintos que possuem relações entre a interação, o organismo e o meio ambiente.  

Já a violência, por sua vez, é um fenômeno exclusivamente do ser humano, desenvolvida ao longo do tempo com a ajuda de ferramentas, culturas, símbolos, costumes e principalmente interações sociais, ela é  um dos principais fatores que nos diferem dos animais. O ser humano pode chegar a executar diversas maneiras de violência, com diferentes graus, e que acarretam em diferentes punições  como: violência física, a violência física como o próprio nome diz, se dá ao contato fisco, onde são causadas lesões corporais a alguém, também podem ser incluídos nessa área o ato de ferir a si próprio;

Violência sexual, onde obriga-se alguém a manter relações sexuais contra a própria vontade;  violência psicológica é considerada qualquer conduta que cause danos emocionais e diminuição da autoestima, prejudique e perturbe o desenvolvimento da mulher ou degrade e controle suas ações, comportamentos, crenças e decisões; Violência patrimonial é “entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades”;

E a violência moral onde é considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Mas afinal o ser humano é violento e mau por natureza, ou se torna assim ao longo do tempo? Essa é uma questão muito discutida hoje em dia, onde muitas perguntas são feitas como: O ser humano nasce ou se torna uma pessoa ruim? Quais fatores podem influenciar a respeito? Porque levar as coisas para o caminho da violência? Há algum gene que interfere na violência do ser humano?

Podemos dizer que algumas pessoas podem sim vir ao mundo más, porém isso vai se intensificando ao longo de sua vida, isso porque há alguns fatores genéticos que predispõem essa condição. A psicopatia genética, por exemplo, é derivada do gene “HTR2B”, responsável pela produção de Serotonina, que pode predispor seus portadores a atitudes impulsivas. 

No geral a grande maioria das pessoas não vem nem boas nem más para o mundo, elas acabam se tornando e se adaptando a partir do momento em que começam a conviver em sociedade, colecionar momentos e viver experiências, dessa forma elas os interpretam e criam seu próprio caráter, e acabam levando-o para o resto de suas vidas. A partir do momento em que tornamos nosso caráter não há volta, ele nos persegue pela vida toda, e

Apesar de tentarmos nos livrar dele, ele acaba se tornando uma parte de nós, ou seja a convivência e aceitação é inevitável.

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