A internet e a sociedade, por Gabriela Marques Anias

O tema que escolhi para o meu ensaio filosófico foi um livro chamado “No Enxame”. É um livro que trata da internet e a influência que ela traz para o mundo. Esse estímulo me faz pensar na nossa vida real que estamos vivendo, será que estamos vivendo a vida para agradar os outros ou a nós mesmos? porque será que as pessoas se importam tanto em serem bem vistas pelas outras? Sempre quando eu leio partes desse livro eu fico me questionando sobre essas coisas e também como nós ainda conseguimos viver em uma sociedade tão tóxica e falsa como a nossa. O filósofo Byung Chul-Han, de origem sul coreana, tem um livro chamado “No Enxame: reflexões sobre o digital'', que é uma crítica direta ao papel das redes sociais na nas pessoas e na nossa sociedade. O autor procura compreender as mudanças políticas, sociais, culturais e subjetivas que as diferentes mídias digitais provocaram/provocam no mundo contemporâneo. No primeiro capítulo Han Han primeiro define os elementos intrínsecos do respeito. O respeito requer distância para ser eficaz e também requer aprovação nominal entre os assuntos. No entanto, com o advento do mundo digital, o vínculo que separa o público do privado tornou-se um símbolo, pois a mídia digital rompeu a separação entre os dois. Os espaços privados são transmitidos às redes sociais por meio de mensagens de texto, imagens e vídeos. Com o anonimato da internet e das mídias digitais, surgiu o fenômeno descrito pelo autor de Shitstorm, ou seja, atividades de difamação contra empresas ou indivíduos têm causado insatisfação nas mídias digitais devido ao seu preconceito e, às vezes, comportamento crítico. O autor não cita grupos que utilizam ferramentas digitais como meio de resistência e luta política, como o grupo Sleeping Giants 2 que causou prejuízos econômicos a grupos de extrema direita no Brasil e no mundo. No capítulo Fuga da imagem, somos confrontados com a inversão da realidade e da imagem. Porém, como essas imagens são copiadas infinitamente, o valor da realidade local projetada pela imagem perde seu significado de referência devido às inúmeras otimizações projetadas na imagem digital. O comentário da Síndrome de Han em Paris destaca esse incidente, pois as pessoas que sofrem dessa doença, principalmente turistas japoneses, ao se depararem com a cidade, dada a óbvia diferença entre as imagens digitais normalmente consumidas e a realidade, serão impactadas pela realidade. A propósito , a atração é muito menor. O sociólogo francês Jean Baudrillard empurrou o limite da imagem para o período explosivo. Ele disse: “não é irreal, mas simulacro, isso nunca foi tão provável que seja trocado pelo real , mas vai mudar mesmo, em um circuito ininterrupto ”. Em outras palavras, a realidade se torna o próprio simulacro, que muda de acordo com o gadget utilizado. A teoria reducionista da performance ao passar os dedos começou com as anotações do filósofo Víllen Flusser sobre o mundo digital, tratando este último como a era dos mortos-vivos, pois segundo Flusser, os mortos-vivos não estão atuando, mas trabalhando na ociosidade, jogando É o único evento. O autor se opôs a Flusser por não considerar a nova estrutura redefinida pelo capitalismo neoliberal, que combina elementos de jogo com performance de trabalho. Em outras palavras, a realidade se torna o próprio simulacro, que muda de acordo com o gadget utilizado. No último capítulo psicopolítica, - apesar de ser a finalização do livro, o filósofo vai retomar esse tema com mais detalhes na obra, psicopolítica: o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Enquanto no funcionamento da biopolítica, a produção da vida é incitada, multiplicada, e controlada, através da demografia, do controle de doenças, número de natalidade etc. Mas segundo Han, esse modus operandi compreende apenas os fatores externos da população, uma vez que na contemporaneidade, com o panóptico digital imanente na sociedade da transparência, é possível rastrear de modo minucioso o comportamento humano, graças ao big data que armazenam e processam bilhões de dados que cedemos de forma gratuita sempre que estamos conectados. Com isso, a psicopolítica seria o resultado dos processos em que é possível controlar,possível: controlar, influenciar e incitar o ser humano a partir de sua subjetividade exposta, em troca de um signo com o polegar levantado. Apesar de ser introdutória no que diz respeito aos fenômenos digitais, é possível tecer muitas reflexões com as comparações que o autor faz em todos os dezesseis capítulos. Contudo, o filósofo não aponta caminhos, soluções ou qualquer tipo de método que nos faça ter algum possível diante das complexas imbricações do mundo digital. Além disso, o autor não aborda em nenhum momento os diferentes grupos/casos em que as ferramentas digitais foram usadas como meios de resistência,resistências, como, o wikileaks, o caso Snowden, os grupos de hacktivismo, ou iniciativas como o sleeping giant. (Foto de Noah Buscher, fonte: Unsplash)

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